sexta-feira, 17 de junho de 2011

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Feira de Adoção no domingo

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Dia de Anchieta

     Hoje é feriado em Itanhaém. Todo dia 9 de junho comemora-se na cidade o Dia de Anchieta em homenagem ao catequisador Padre José de Anchieta, figura importante que viveu em Itanhaém na época da colonização do Brasil. Leia mais sobre o feriado e sobre Anchieta na edição nº 03 (pág. 06) do Jornal Itanhaense.




sábado, 4 de junho de 2011

Show de Frank Aguiar abre as comemorações da Festa do Divino

     Faltando apenas três semanas para o início das comemorações da Festa do Divino, foram abertas as festividades com a apresentação do cantor Frank Aguiar. O show, que atraiu centena de pessoas, foi realizado na Praça Narciso de Andrade, no Centro Histórico.
     Realizada há mais de 300 anos no Município, a Festa do Divino já trouxe a Itanhaém artistas de grande reconhecimento nacional como Inezita Barroso (2005), Almir Sater (2006), Renato Teixeira (2007), Sérgio Reis (2008) e Tetê Espíndola (2010).



quinta-feira, 26 de maio de 2011

CRUZANDO O CONTINENTE EM CIMA DE UMA BICICLETA


 
 Itanhaenses realizam cicloturismo
do Atlântico ao Pacífico

     Os ciclo-aventureiros itanhaenses Marco Antonio de Oliveira Brandão, Aleksandro Stankevicius, Marcelo Iberê Tolomony e Érico Corrêa partiram de Itanhaém (Oceano Atlântico), no dia 31 de Março, cheios de determinação e com pique total, em baixo de um grande “pé d’água” e sobre duas rodas, dispostos a cruzar o Continente, rumo ao litoral do Chile (Oceano Pacífico), mais precisamente, até a cidade de Antofagasta.
     Foram 3.500 km pedalados em 28 dias, numa média de 10 à 12 horas por dia (e noite), mais de 9 mil fotos, mais de 40kg de equipamento em cima de cada bike, passando por momentos de muitas subidas, poucas descidas, frio abaixo de 0ºC, muito calor, muito sol, chuva, sacrifício e superação, mas todos concordam em dizer que “foi uma viagem e um desafio fantástico”.
     Pegue uma carona no diário de viagem do grupo e sinta, mesmo que imaginariamente, o gostinho de cruzar o Continente, do Atlântico ao Pacífico, em cima de uma bicicleta.

Do 01º ao 09º dia de viagem - Brasil
 
     Antes da saída, os preparativos. Foram alguns dias para organizar tudo que o grupo precisaria levar. O equipamento básico de cada um em cima de sua bicicleta era: barraca, saco de dormir, isolante térmico, kit roupas para frio, kit de ferramentas, kit da noite, kit de higiene, kit de primeiros socorros, alguns utensílios, fogareiro e um pouco de comida, tudo em quantidades reduzidas, de maneira a caber em cima da magrela”.
     No dia 31 de março saímos de Itanhaém em baixo de muita chuva. Felizmente, foi um dos poucos momentos de “aguaceiro” que tivemos durante todo o trajeto. Nossa primeira noite passamos em uma borracharia, onde comemos nosso macarrão instantâneo e dormimos até as 5 horas da manhã, como fizemos por quase toda a viagem.
     No segundo dia, já havíamos passado por Pariquera Açu, Registro, Jacupiranga, Cajati e Barra do Turvo e no terceiro dia tivemos que lidar com imprevistos como formigas no acampamento, um pneu rasgado e muitos caminhões em uma pista escura e sem acostamento.
     Uma história que não esqueceremos ocorreu na noite desse terceiro dia, quando na estrada um dos rapazes se distanciou do grupo na subida da Serra do Turvo e em meio a escuridão, a luz do seu farol iluminou uma pessoa vindo em sua direção pelo acostamento, o que àquela hora da noite já era motivo para atenção. De repente, em mais um lance de luz, pôde ver que essa pessoa estava embriagada e com um facão na mão. Foi tensão total. Ele tentou desviar para o meio da estrada com cautela, por não saber se havia caminhão ao lado, e ao mesmo tempo, tentar se afastar ao máximo do doido com facão. Ao passar pelo cidadão, este gritou com voz bêbada: - Vamos tomar uma! Prontamente acelerando, com frio na espinha, chegou a responder: - Não posso, estou com medo! Lembrando agora, damos risadas, mas é nessas horas que você descobre que é capaz de pedalar extremamente rápido.
     A partir daí, enfrentamos muitas subidas, afinal, o caminho passaria por Curitiba e Foz do Iguaçu, cidades que estão 1000 metros acima do nível do mar, o que ainda era só um aperitivo para quem está indo rumo às Cordilheiras.
     Sentimos uma pequena amostra do frio que teríamos pela frente na passagem por Curitiba. Em Guarapuava tomamos banho de cachoeira e tivemos uma conversa com um caminhoneiro que nos alertou sobre os perigos de passar pela cidade de Guaraniaçu à noite, devido à existência de um Aldeamento Indígena.
     O caminhoneiro nos contou que os índios costumavam assaltar os caminhões naquele trecho da estrada, e como não dispõem de muitos recursos, andavam assaltando também as pessoas na estrada. Mediante a dúvida sobre a veracidade da história do caminhoneiro, achamos mais sensato pousar por ali mesmo, naquela noite tão escura.
     Foram muitas subidas e descidas na Serra de Virmont para Laranjeiras, com muitas lombadas e acostamento ruim. E assim chegamos à Cascavel, no Paraná, no sétimo dia de viagem, onde já havíamos pedalado 885 km.
     No dia seguinte, quando houve a tragédia na escola de Realengo, no Rio de Janeiro, dia 7 de abril, estávamos na casa do amigo Nelson em Foz do Iguaçu. Aliás, esse foi o único dia no qual dormimos na casa de alguém conhecido, porque depois disso, foram 7 pousadas bem humildes, acampamentos em “gasolineiras” e beira de estrada.

Do 10º ao 23º dia de viagem – Paraguai / Argentina

     No dia 8 de abril atravessamos a Ponte da Amizade, para o Paraguai. No país dos “hermanos” a viagem prosseguiu com acostamentos ruins no começo, muitas lombadas de leste a oeste, e muito “sobe e desce” até pouco depois de Caacupe, onde experimentamos as “Chipas Paraguaias” (um tipo de pão-de-queijo em formato de rosca).
     Logo na chegada ao Paraguai também vimos muitas pessoas andando de moto sem capacete e até mesmo crianças pilotando. Também recebemos muitas “buzinadas” de incentivo na estrada. Receptividade e hospitalidade nota 10, ainda mais por um do grupo estar com a camisa do atacante da seleção Paraguaia - Cabañas – as pessoas brincavam ainda mais conosco. Tiveram até lugares onde as pessoas paravam o carro e desciam para nos parabenizar e “sacar” fotos, o que nos dava muita força para continuar.
     Apesar de ficarmos pouco tempo no Paraguai, apenas 3 dias, pudemos observar pelo caminho, além de costumes culturais diferentes, diversas lápides em frente às casas, muitos animais pelo trajeto, capelinhas de oração por toda a “ruta”, e dezenas de barraquinhas de hortifrutigranjeiros que ficam abertas noite afora, sem risco de serem roubadas.
     No décimo primeiro dia de pedalada, depois de atravessarmos belas cidades como Caaguazu, Mingaguazu, Oviedo, Caacupe e Juan León, contornarmos a Capital Asunción e chegamos à Argentina, onde passamos por diversas barreiras policiais e fomos obrigados a passar por revistas de bagagens.
     Logo que entramos no país, sentimos um clima tenso devido a algumas manifestações populares que estavas acontecendo naquele dia, mas quanto mais nos afastávamos da região da fronteira, mais tranqüilidade sentimos.
     Nesse ponto, a jornada se complicou na estrada, já que, sem acostamento, éramos obrigados a sair da pista o mais rápido possível assim que avistávamos algum caminhão ou ônibus vindo. O trajeto só melhorou no décimo quarto dia, na cidade de Sanz Peña, quando “ironicamente” faltava apenas 49km para o Pampa Del Infierno, quando surgiram à frente, retas intermináveis em baixo do sol escaldante da região do Chaco Argentino.
     Alguns dias depois o tempo virou completamente. Da cidade de Taco Pozo à Joaquin Gonzalez passamos por alguns momentos tensos de chuva e muito frio. Foram 8 dias de intermináveis retas até a cidade de Jujuy, e dentre pneus furados, câmbios e raios quebrados, salvaram-se todos, afinal, fomos preparados para os imprevistos e contamos com a sorte de encontrar oficinas e hospedeiros que puderam colaborar com os reparos nas bikes.
     No décimo nono dia de viagem, passamos pelo local onde “nasceu a bandeira da Argentina”. Esta é uma das vantagens de se viajar de bicicleta, poder reparar e parar em locais que, quando se está viajando de carro ou ônibus, possivelmente passariam despercebidos. Também nesse mesmo dia, fomos entrevistados pela Rádio e Televisão da cidade de Guemes. Nos sentimos “os artistas famosos”.
      No vigésimo dia, dia 19 de abril, já havíamos pedalado 2.593 km, passado por cidades encantadoras como Yala, Tumbaya, Volcan, Tilcara, León, e chegamos a mágica cidade de Purmamarca, onde logo na entrada avistamos o Monte de Las Sietes Colores e outras lindíssimas paisagens, que renderam muitas fotos.
     A partir daí, avistamos muitos morros coloridos e os cenários das fotos foram virando, o que podemos chamar de “lindos cartões-postais”. Mas nem tudo “eram flores”. O frio de 10ºC negativos fez nossos dentes tremerem incessantemente e nossas garrafas de água congelarem.
      No vigésimo primeiro dia, passamos a tarde toda subindo a temida subida de Cuesta de Lípan, e no dia seguinte, depois de amanhecermos no marco de 4170 metros de altitude, descemos por Abra Lipan até o Sálar de Salinas Grandes, onde o cenário confundia os olhos. O que parecia um chão forrado de neve era puro sal. Então o caminho passou a ser plano, com morros de topos nevados ao fundo, sem vegetação, sem posto de gasolina, sem civilização, muito vento-contra e ainda presenciamos um tornado de areia.

Do 24º ao 29º dia de viagem – Chile

     Dia 23 de abril, vigésimo quarto dia da viagem, chegamos ao Paso de Jama, fronteira com o Chile. À frente só víamos subidas, com vento contra e um frio de rachar. Ao longe avistávamos montanhas nevadas entre aqueles caminhos inóspitos, e paisagens altiplânicas de cair o queixo. Nessa noite, dormimos poucos quilômetros após o Paso de Jama, onde a altitude é de 4750 metros acima do nível do mar, e pela manhã fomos surpreendidos pelo poder do frio, quando ficamos sem água para beber, pois toda nossa água foi congelada dentro das garrafas.
     Chegamos na cidade de San Pedro do Atacama às 4 horas da manhã, que fica a 500 metros de proximidade com a fronteira da Bolívia, mais exatamente onde encontra-se o Gigante e Inativo Vulcão Licancabur. A altitude dificultava um pouco a nossa respiração, nos fazendo, por algumas vezes, perder um pouco o pique nas pedaladas. Em San Pedro encontramos turistas do mundo todo e aproveitamos para descansar um pouco e conhecer a cidade, que, diga-se de passagem, foi um dos lugares mais incríveis a serem visitados no Deserto do Atacama.
     No vigésimo sétimo dia de expedição, passamos a ver no retrovisor, as cordilheiras ficando para trás. Seguimos em direção à Calama e a paisagem passou a ser completamente desértica. Através da Cordilheira de La Sal, passamos pelo Fascinante Circuito Espeleológico do “Valle de La Luna”, onde à frente eram apenas mais e mais subidas.
     A cidade de Calama é uma “Metrópole do Deserto”, já que parece uma cidade grande no meio do nada. Havia muito movimento na estrada naquele dia, o que chamamos de “trânsito no deserto”, pois nessa cidade existem muitas minas de cobre, que é extraído e exportado para todo o mundo. De lá faltavam apenas 100km para o ponto final de nossa aventura.
     No vigésimo nono e último dia de pedaladas, fomos de Carmem Alto a Antofagasta, passando pelo Trópico de Capricórnio, descendo uma serra até avistar o Pacífico. Depois de muita emoção e empolgação, descemos até a praia para registrar e apreciar ao máximo o término e realização de nosso objetivo. Pela tarde, ainda sobre duas rodas, atravessamos toda a linda cidade de Antofagasta até o Terminal de “autobuses” para seguimos para Capital Santiago, onde começamos a fazer o caminho contrário, que durou mais 5 dias, agora de volta para casa.
     Nas palavras de Marco, “voltamos realizados com a sensação de superação e missão cumprida. Encantados pelo contato com outros povos e culturas que, certamente só acrescentaram mais vida e conhecimento às nossas. Maravilhados por presenciar, vivenciar e sentir a liberdade diante de paisagens e lugares que ficarão em nossas memórias até quando nossa existência permitir. Repletos de histórias e novas experiências para compartilhar com nossos filhos, nossas famílias e amigos, que levamos na bagagem e que tanto nos apoiaram e incentivaram para a realização dessa aventura fantástica. Somos testemunhas vivas da mão de Deus na Natureza”.
     Considerações finais: Apesar de ter sido uma longa viagem, o gasto diário médio de cada um dos viajantes não chegou a R$30 reais, ficando a maior despesa por conta das passagens de ônibus.

"Um homem precisa viajar. Por sua conta, não por meio de histórias, imagens, livros ou TV. Precisa viajar por si, com seus olhos e pés para entender o que é seu. Para um dia plantar as suas próprias árvores e dar-lhes valor. Conhecer o frio para conhecer o calor. E o oposto. Sentir a distância e o desabrigo para estar bem sob o próprio teto. Um homem precisa viajar para lugares que não conhece para quebrar essa arrogância que nos faz ver o mundo como o imaginamos, e não simplesmente como é ou pode ser; que nos faz professores e doutores do que não vimos, quando deveríamos ser alunos, e simplesmente ir ver."
( Amyr Klink )


Texto: Lindsey Obst Diniz (MTB 48413) e Marco Antonio de Oliveira Brandão
Fotos: Marco Antonio de Oliveira Brandão


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